Descanso do tempo
"O tempo não para", disse Cazuza
E
"O tempo Rei ", Gilberto Gil
O tempo é um Rei que não para
Só
Descansa
Descansa no cochilo do cachorro na rua
Descansa num olhar de súplica da beata
Descansa no suspiro do cortador de cana
Na lágrima
Folga no breve instante entre o olhar e o beijo
Folga no momento exato que a mãe dorme
Folga quando a chaleira grita e o café cheira
Folga no descuido absoluto do pecado urgente
Vá descansar, folgar teu pulsar incansável
Vá dormir um sono profundo
Vá não ser tempo sem tempo de parar
Pra livrar-se do teu eterno castigo
De tempo ser
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