domingo, 15 de agosto de 2021

Meu cachimbo

 Na baba do meu cachimbo

Na minha boca amarga

A língua áspera sabe dizer

Sofrimentos


As rugas estão seguras nas experiências

Meu olho não precisa ver pois já viu

Os cabelos, poucos, no lenço

Vida cumprida


Tenho o que contar e descontar

Eu sei viver sem sorrir e adoçar

Sou sobrevivente do sertão

Do sol só a penúria levo

E meu cachimbo por perto


Foto de Noilton Pereira

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