A moeda gratidão
Nas crises
financeiras o dinheiro fica curto e, por vezes, acaba nos fazendo pensar nas
outras moedas: carinho, amor, gratidão, etc... São moedas de troca e difíceis
de serem avaliadas para quem dá e quem recebe, são subjetivas. Então, a
gratidão permeia nas conversas, “papai foi bacana comigo e me emprestou uma
grana”,” mamãe, tadinha, só pode emprestar o carro uma vez por semana, a vida
dela é dura”,” meu irmão, nadando em dinheiro e não ajuda ninguém, um safado,
ladrão, corrupto”, e por aí vão às comparações de quem dá e quem recebe, isso
nas famílias de boa educação e mínima cultura, os pobres tem outras regras mais
claras e diretas: “ esse mês já emprestei 5 kg de feijão pra vizinha, tadinha,
está desamparada, sem marido (foi preso), o filho saiu de casa, tadinha”, tudo
claro e objetivo, simples assim.
Voltemos à gratidão
perguntando se ela funciona mesmo ou é uma ilusão que criamos? Meu pai dizia
“nunca negue um favor, dê um pouco, mas dê, não vão te pedir mais”; o velho
sabia das coisas e matava na raiz o problema do “pedinte”, sem magoar, fechando
a porta no futuro. Se quer dar não pense em receber! Isso sim vale como regra,
o dado não volta, por isso aprendi a não dar presentes no Natal, aniversários,
etc... Sou um chato! Pronto! Melhor ser chato do que “ mal visto “ ou passar
por bobo. A solução é beber a gratidão e a ingratidão, não trate-a como moeda,
não resolve o teu sentimento, beba-a no bar oferecendo seu peito amigo, e só.
Uma coisa é certa: a moeda gratidão se transforma em ingratidão no momento que
falta o dinheiro no bolso, por isso não empreste, se emprestar esqueça, faça o
que seu coração manda, mas lembre-se que coração não tem bolso, nem pernas como
na piada do menino que perguntou: “papai, coração tem perna?” e a resposta veio
“claro que não meu filho!”, então porque o senhor disse pra mamãe ontem de
noite “abre as pernas coração?” Desculpem, mas essa foi terrível! Fico devendo (por
gratidão de terem lido até aqui) uma boa piada!
Feliz Natal
Nenhum comentário:
Postar um comentário