A dança dos
números
Um amigo disse pra mim “os números são
torturáveis” e isso me impressionou! Na verdade, no campo comercial, ele tem
razão: podemos fazer os números crescerem ou minguarem ao gosto da necessidade
do vendedor e da força do comprador, uma lei que o mercado entende como livre. No
item liberdade temos o nosso grande sócio “invisível”, ganancioso e
libertinoso, o governo do Brasil. Fugindo um pouco do lado político da conversa
vamos para o prático, o dólar americano valendo R$ 4,00. O jornal de hoje (24/09/2015)
traz alguns raciocínios sobre o tema:
- Ano 2002,
dólar valendo R$ 4,00;
- Ano 2015,
a mesma cotação;
- Inflação
no período no Brasil de 127 % e nos EUA de 72,55 %.
Se o dólar é uma moeda forte eu perdi 72,55 %
das minhas aplicações no colchão, ou seja, meus 1000 dólares viraram 579 obamas!
O período é de 13 anos, ou seja: 72,55 / 13 = 5,58 % ao ano! Isso mostra que
meu “clone” americano tem que fazer o dinheiro dele render pelo menos essa taxa
que o dragão (inflação) come, então ele produz ou vai aplicar nos mercados emergentes.
Eu, por aqui, tinha 1000 reais e fiquei com 1000 / 2,27 = 440 reais! Ou 127 /
13 = 9,77 % ao ano! O dragão tropical é muito guloso! Eu teria que trabalhar
9,77 / 5,58 = 1,75 vezes mais do que meu clone (vamos chamá-lo de Bob); só que
aqui a economia vai no sobe e desce constante e eu tenho que ser um artista de
circo para repor meu poder de compra nessa imensa taxa de inflação média de
9,77 % ao ano! Um verdadeiro herói! Bob pode andar com um carro mais moderno e
pagar uma gasolina mais barata que eu (com R$ 4,00 eu colocava 2,32 litros de
gasolina e hoje coloco 1,29 litros). Em reais hoje o macarrão subiu de R$ 1,49
para R$ 2,2 (+ 47 %); o carro Gol 1000 (+ 108 %); a máquina de lavar ficou mais
barata 13 % (compre logo!); o arroz subiu 103 %! Só que Bob tem emprego e vive
em um país organizado com polícia nas ruas e, garanto a vocês, não guarda as
economias no colchão...
Nenhum comentário:
Postar um comentário