sexta-feira, 20 de setembro de 2024

Houve um tempo

 Houve um tempo 


Houve um tempo em que falávamos como gente 

O olhar, o sorriso, a lágrima, faziam parte

O outro podia chorar ou rir, sem dizer nada

O abraço era um presente de amigo

Um simples toque nas mãos um alento

Houve um tempo que olhos falavam

Lábios tinham valor, e o sussurro um segredo 

Hoje só temos a telinha do celular pra gelar emoções 

Hoje somos máquinas vestidas de gente 

E quanto somos gente não temos mais graça



quinta-feira, 19 de setembro de 2024

As aparências enganam

 As aparências enganam 


As aparências enganam? Ou as pessoas mudam? Por vezes julgamos sem uma análise mais aprofundada e, sempre erramos. Errar é humano. Viver julgando é desumano, mas é o que nos resta para sobreviver, tentar descobrir o certo e o errado; e se o errado estiver certo? Complicado... Aceitar a variabilidade das pessoas é o melhor caminho. Afirmar só com a possibilidade de voltar atrás e mudar seu parecer. Pergunte sempre, na certeza e na dúvida, afinal somos seres errantes, aceite isso.

O invencionista

 O invencionista 


Existe o mentiroso, o que nunca mente e o invencionista. São diferentes vertentes para um mesmo fato, por exemplo: há um atropelamento, sem muitos danos à vítima; o mentiroso vai dizer que a vítima estava quase morta e foi removida em estado gravíssimo para o hospital, o que não mente dirá que o atropelado fraturou a perna e foi socorrido, sem maiores gravidades para o hospital; o invencionista dirá que o atropelamento foi uma distração do condutor ao observar a linda morena atravessando a rua e, não deu tempo de freiar, atingindo o rapaz (namorado dela) que a viu e correu para o abraço, sendo que se jogou sobre o carro com um ramalhete de flores nas mãos. Cada um com sua versão, eu, pessoalmente, prefiro à do invencionista. Por tanto, tenha cuidado ao afirmar que alguém é mentiroso, pode ser um invencionista ou um poeta disfarçado.




segunda-feira, 16 de setembro de 2024

Alegria

 Quando do céu em chamas você chegou

O azul ficou mais limpo

Flores amarelas no caminho 

O mar se faz como espelho e reflete


Alegria



sexta-feira, 13 de setembro de 2024

A velhice mofada

 Noites sem sonhos 

Dias sem graça 

Vida apagada


Futuro sem amanhã 

Passado esquecido

Memória tardã


Espelho sem utilidade 

Olhar perdido 

A morte é um pedido 


A velhice mofada

Um castigo sem sentido 

O sentido sem nada


Roberto Solano



quinta-feira, 12 de setembro de 2024

Desconheço

 Desconheço o sabor do vento

E menos ainda a doçura do mar 

Conheço o sal de suas lágrimas 

E a pimenta do seu ciúme


Prometo não mais provar teu veneno 

E do amargo beijo esquecer

Pra degustar a vida

Bem longe de você

quarta-feira, 11 de setembro de 2024

O frio que me aquece

 O frio que me aquece

O silêncio ensurdecedor 


Teu amor me endurece


Falar de Deus com o diabo 

Confessar pecados à um pobre coitado


Isso me deixa animado 


Te amar é viver o adverso

É refazer conceitos


É 


Aceitar o mundo todo em um só verso



quarta-feira, 4 de setembro de 2024

O Rio da vida

 O Rio da vida 


Esse rio que nasceu na gruta 

Fez-se água do amor

Segue riacho por anos 

Tem sua primeira cachoeira na adolescência 

E vai, como um louco, rasgando a terra

Um rio que segue os rumos dos ventos 

Dribla as pedras e deixa musgos

Reflete a lua pensando ser mar

E segue seu rumo acariciando as margens 

Se achando sempre maior do que é

Vaidosa criatura 

Deságua no lago da velhice 

Perde o rumo para inchar

E sonhar em chegar no mar



Precisamos do negro

 Precisamos do negro 


Precisamos do negro para ver o branco

Ver estrelas na noite escura

Dormir e sonhar colorido 

Valorizar a luz

E, se possível, ser luz



terça-feira, 3 de setembro de 2024

A força do pensamento


 A força do pensamento 


A força do pensamento vem dos músculos d'alma 

Com a energia do desejo 

Percorrendo sua mente com vontade 

Chega firme na academia da ilusão 

E levanta tantos pesos que a memória duvida 

Assim a força do pensamento se faz