O dia em que o mundo recomeçou
Fazem 70 anos que o homem brincou de Deus e fez o
inferno. Neste fatídico dia a força maior da natureza sem controle, de átomos
colidindo e gerando uma energia inimaginável, sem medidas, um louco cogumelo de fumaça e
fogo a destruir tudo. A guerra acabou e o medo fez a humanidade se calar, num medo
maior que a própria imagem do demônio, uma dose de veneno maior que o dragão que o cuspia,
um horror que não cabia no planeta. Matou e mutilou, deixou o castigo eterno da
radiação, mudou o DNA e mutilou esperanças, ficamos todos orfãos, sem ação. Sempre
houve matança, dor e poder,somos bichos maus e passamos a ser terríveis! Fizemos a
bomba nuclear para mudar o mundo dos dias contados para os dias que ainda faltarão: um relógio ao contrário, na contagem do pavor. Os
poderosos tiveram a coragem de mudar a ordem lógica da guerra, não é mais a
força que ganha e sim o capeta sem controle. Deus fez o mundo e o homem o desfez,
conseguiu o impensável: destruir o mundo em uma ordem, um telefonema, um botão
vermelho. O inferno veio do céu, sobre um povo milenar, cortando vidas e
levando crianças, entortando a roda da vida. Choremos e nunca mais esqueçamos
desse horror colossal, desse dia em que o mundo recomeçou mais triste, mudo e sem entender mais nada.
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